segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Peace on Earth for the men of goodwill

Olha, eu sei que é o primeiro post do ano, e eu adoraria falar de cultura, cinema, quadrinhos ou qualquer coisa que é o mote original deste Blog, mas não deu.

"I'm gonna start a revolution from my bed", como diria John Lennon. "Não deixem a guerra começar", diria Renato Russo, logo após dizer que "nenhuma guerra pode ser santa", pois "isso é uma contradição em termos".

Vamos fazer uma analogia?

Vou ilustrar uma situação:

Imagineque você tem dois vizinhos. Os Souza e os Correia. Eles se odeiam, não podem olhar uns nas caras dos outros. Os Souza moram do outro lado da rua, e os Correia moram nos fundos da sua casa. Os Souza são um pouco mais civilizados, não mexem com ninguém, preferem não encontrar os Correia, mas os Correia, que já foram donos da casa dos Souza, mesmo que não por direito, querem porque querem ver a família rival longe da vizinhança.

Ambas as famílias têm fábricas de fogos de artifício: os Souza têm uma grande, tecnológica, de última geração. Os Correia têm uma na edícula da casa deles.

Os Correia, como querem os Souza fora da vizinhança, os azucrinam, mandando, o dia inteiro, bombinhas de mil na janela da sala, que é o máximo que elas alcançam, mas os Souza, pacientemente, não respondem aos ataques. Negociam, pois a vizinhança toda está de olho. Levantam muros, tentam dificultar as coisas.

Mas, um dia, uma bombinha de mil passa a janela, que estava aberta, e machuca o bracinho da pequena filha do senhor Souza.

Irado, ele vai até o estoque, pega seus melhores fogos, arma todos no teto de sua casa e começa a atirar, só que ele não dá a mínima para o fato de que a casa dos Correia é uma casa de fundos, e, praticamente, demole a sua casa, antes de fazer o mesmo com a casa de seus inimigos.

Outra analogia:

Houve um sequestro no banco. um assaltante se tornou assassino, quando, ao escapar, usando uma refém de escudo, atira e mata um policial que fazia a escolta. Irado, outro policial atira, bem no peito da refém, pois sabia que, assim, atingiria o coração do assassino, o matando.

Você concordaria com a atitude do senhor Souza?

E com a do policial?

Pois é. Quase mil mortos na Palestina, desses, aproximadamente 90% civis, contra onze israelenses mortos, dos quais, oito soldados. Uma reação desproporcional, irracional, comparável ao que os judeus sofreram no Holocausto. É idsso que estamos falando.

Sempre há um outro meio. Tem de haver. Eu não posso me sentir no direito de matar gente inocente só porque meu vizinho mata gente inocente. Isso é covardia. Isso é se rebaixar ao mesmo nível do outro.

Não estou sendo puritano, sou a favor da pena de morte, mas acho que você deve matar quem mata, e não quem serve de escudo para quem mata. Israel é um país rico com um exército que ousa se autoproclamar "o mais bem preparado do mundo", mas não é capaz de dar um jeito melhor para isso!

Uma guerra que custa 8 milhões de dólares ao dia, que mata 100 vezes mais de um lado do que de outro, que cada tiro saído de uma pistola especial custa 2500 dólares, enquanto milhões morrem de fome na África, na Ásia e aqui, na América.

Qual é o preço do sangue de gente inocente?

Qual é o real preço de uma guerra?

Será que o que a geração de sessenta nos ensinou não vale pra nada?

"LET'S GIVE PEACE A CHANCE"