terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Saudades

Às vezes, tenho saudades da minha adolescência. Não tinha responsabilidades, só precisava ir pra escola, estudar inglês, assistir Arquivo X, Cavaleiros do Zodíaco, dar uns rolêzinhos no shopping, pegar umas matinês e, principal de tudo, nos fins-de-semana, jogar aquele RPG com a rapaziada.

A gente já sabia que todo sábado e domingo a gente ia se reunir na casa do Thiago (às vezes, a gente ia na Gibiteca, mas, via de regra, era no Thiago), abrir a mochila, sacar as planílhas, os dados, as lapiseiras, os livros, aprontar a mesa com muita pizza, salgadinhos, baguetes recheadas, Coca-Cola de sobra e mergulhar no mundo da fantasia e diversão, nos mais variados estilos e sistemas, sempre experimentando, testando, inventando... enfim... se divertindo!

Lembrei disso porque já é quase carnaval, e isso me lembra nossas viagens a Pedro de Toledo. Fábio, Felipe, Thiago, André, Víctor, Paulo, os Daniéis, Luciano... Ás vezes vinham outros, às vezes, vinha até o Thércio, irmão do Thiago, que era pequeno pra caramba, pivetinho (hoje, ele tá maior do que eu), todos pro sítio do pai do Thiago, na primeira vez, até, de trem (pena que foi desativado), sempre uma viagem muito divertida, porque a galera era do cacete!

Cara, já faz quase dez anos da última vez que eu fui... Infelizmente, desde que eu comecei a trabalhar, e eu comecei cedo, no McDonald's, com 15 anos, foi ficando cada vez mais difícil de me encontrar com eles, já que nunca tinha folga de fins-de-semana. Depois, veio a faculdade, fui lá pra São Carlos, já estava be distante destes amigos, é verdade, o mund anda, e eles não iam ficar me esperando voltar, nem eu a eles, mas a verdade é que morar em outra cidade, pra amigos que já não se viam a algum tempo, é o melhor pretexto pra encerrar os esforços de ver-nos novamente.

Agora, estou em São Paulo, a "Paulicéia Desvairada", "Selva de Pedra", e est´difícil de arrumar tempo de ver os amigos. Até os mais recentes, que fiz na faculdade e que moram aqui, são difíceis de ver.

Mas a realidade é que eu poderia contar nos dedos de uma mão as pessoas que posso chamar de "amigo" com a intensidade e a certeza com que eu chamava estes que citei acima, da época da adolescência, com todas as qualidades, defeitos, risadas, brigas, discussões e tudo o que uma boa amizade traz pra gente, claro, sem desmerecer os outros amigos, mas a verdade tem que ser dita: há amizades que, não importa a distância e o tempo, ficam. E há as que ficam com o tempo.

Saudades.
ATUALIZAÇÃO: Só pra situar as pessoas, eu nasci, cresci e ainda passo todos os eus fins-de-semana em Santos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Parafraseando Serginho Groismann

JA-PÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!


Pois é, pra quem duvida, aí vai o screen:


Este jovem, quase recém-nascido, Blog chegou ao Japão! É só um acesso, é verdade, mas já é alguma coisa!
Eu desconfiei que era um amigão, Bruno Tanaka, que há anos mora em terras orientais, mas eu andei estudando o mapa e Nagoya fica um pouco longe de Suzuka, lugar de onde veio o acesso.
Meu amigo Dekasegi, seja o Bruno, mesmo, ou outra pessoa, caso seja uma das 50% de pessoas que fazem mais de um acesso a esse Blog alguma vez na vida, dê o su alô, e diga o que achou dos artigos!
É o Pra Todo Mundo Ler ficando internacional!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Eu Sou A Lenda (eu não, né, o Will Smith!)

Imagine se você fosse a única pessoa que restou (pelo menos, em sã consciência) no (seu) mundo.
É sobre isso que fala o filme I AM LEGEND, em cartaz, nos cinemas.
Will Smith mostra um cara (Robert Neville), à primeira vista, tranqüilo, mas que, ao decorrer da trama, se mostra atormentado com a solidão e que, aos poucos, se mostra, até, louco com isso.
Ele é um cientista do exército americano que, ao ver que uma suposta cura milagrosa para o câncer dá errado e cria um vírus indestrutível, que transforma humanos em zumbis, resolve ficar, sozinho, no "marco zero" da epidemia, Nova Yorque, tentando criar uma cura para o vírus, ao qual é imune.
É impressionante pensar que o filme foi feito na VERDADEIRA Nova Yorque e que a cidade parou para ver Will Smith dar um show à lá Tom Hanks em CASTAWAY (melhor, é verdade, principalmente pela ausência de merchandisings apelativos no meio do filme). Tomadas com câmera na mão, com trepidadas monstro, ao maior estilo RYAN´S DOG RESCUE (tá bom, mais um do Tom Hanks), HMI a dar com pau nas tomadas de estúdio e muita, muita dificuldade na iluminação natural, acredito eu, formam uma fotografia linda para um filme que, acredito, deve ter dado muito problema na hora de pensar os planos e as luzes.
A trama segue bem e vai mostrando, aos poucos, que Neville não está sozinho na Grande Maçã, não pelos manequins que ele distribui pela cidade para lhe fazer companhia, mas por causa das criaturas que o vírus criou, tementes à luz do sol, regredidas mentalmente e sem noções de civilização (isso tudo só de acordo com Neville, pois eu não sei como criaturas sem noções de sociedade têm um líder, mas, convenhamos, vamos dar um "oi" à licença poética), que estão famintas por sangue humano, mais exatamente o de Robert Neville.
A surpresa vem quando uma mulher (sobrinha da Sônia Braga, brasileira, mas que fala um inglês perfeito e, sim, é boa atriz MESMO) aparece para salvar a vida dele com um refletor HMI que ela tira do bolso e mostra que ele não está sozinho.
Como essa trama termina, eu vou deixar para vocês verem no cinema, mas, pode crer, tem muitas surpresas por aí e, mesmo a parte que eu contei, tem muita coisa que eu deixei de contar, de propósito, pois é assim que o filme fica legal.
Pra quem curte ficção científica, um filme sensacional. Pra quem curte cinemão, bem legal. E pra quem, simplesmente, curte bons filmes, com bons atores e boa equipe, fazendo bom trabaho, é, no mínimo, extremamente interessante e surpreendente (eu fui sem esperar muito: me surpreendi)!
Ah! O filme é adaptado de um livro homônimo de Richard Matheson, que já deu origem a duas adaptações, anteriormente: a primeira sendo estrelada por Vincent Price em 1964 com o título "The Last Man on Earth" (Mortos que matam), e a segunda tendo Charlton Heston como protagonista no ano de 1971, com o título "The Omega Man" (A última esperança da Terra). Dizem que a atual é a melhor.
*último parágrafo copiado da WIKIPÉDIA, por pura preguiça (convenhamos, é 1h da manhã!).

sábado, 26 de janeiro de 2008

Cada temporada melhor

Desde muito tempo, eu não ficava "paradão" (pros jovens de plantão, "paradão" means "ligado", "vidrado", "obcecado") numa série de TV, quanto mais em duas ao mesmo tempo. HEROES e LOST vieram pra ficar no rol de séries favoritas de 11 entre 5 Nerds que eu conheço, e olha que essa lista não é fraca, não!

Na minha infância, eram o seriados japoneses, de preferência aqueles de "single heroes", tipo JASPION, JIRAYA, LION MAN, SPIELVAN, MACHINE MAN, METALDER, BLACK KAMEN RIDER etc, apesar de eu curtir uma equipe, também, como CHANGEMAN, FLASHMAN etc.

Na adolescência, eu fui pioneiro dos CAVALEIROS DO ZODÍACO, no meu colégio, mas um amigo me apresentou ao ARQUIVO X, e foi nerdisse à primeira-vista. Cara, eu era vidrado em ARQUIVO X. O Mulder e a Scully eram os meus ídolos da adolescência e, com eles, aprendi a ser curioso do jeito que sou hoje, e comecei a aprender a questionar, o embrião da pessoa que eu sou hoje veio daí.

Depois, veio FRIENDS, quando eu comecei a dar grande valor aos diálogos inteligentes e tiradas sarcásticas, trazendo, logo depois, uma admiração por GILMORE GIRLS. Como é que um roteirista podia fazer uma série inteira de TV baseada em diálogos longos, rápidos, coloquiais e sem acrescentar quase nada à trama através deles e, mesmo assim, fazer isso ser legal pra caramba?

Logo antes de eu entrar na faculdade, veio a admiração por SMALLVILLE, mais pela leitura diferenciada dos heróis que eu sempre admirei do que pela qualidade dos roteiros, que são legais (apesar de que o melhor da série eu estou perdendo, agora, que a liga está aparecendo toda!!!), mas falta um "quê" de megassérie.

Mas hoje o negócio está bom. Eu nunca fui muito de assistir coisas que não passassem nem na Sony, nem na Warner, mas AXN e Universal estão dando um naile nos dois mais tradicionais canais a cabo do país.

Os carros-chefe, por si só, pagam o preço da assinatura.

De um lado, uma série que, num plot absurdo, consegue resgatar o comiçhão por teorias conspiracionais e viagens ridículas de Nerds afoitos, além de, facilitado pela internet, trazer vários questionamentos paralelos e uma busca incessante por "spoilers" que eu nunca vi igual antes.

Confesso que, quando a Danny veio me contar o plot de LOST, tentando me atrair para a frente da tela da AXN, eu pensei algo do tipo "cai um avião numa ilha e as pessoas não conseguem sair? que coisa retardada é essa? existe GPS NO MUNDO, GENTE!". Pois é, gente, logo EU, pregador da "suspenção da descrença" pensando algo assim antes mesmo de parar e ver a série.

Mas, quando eu vi o primeiro DVD, comecei a surtar. Cada mistério, cada bizarrice, cada elemento revelado, cada descoberta falsa, cada... nossa! Essa série me fez perder uma semana de sono: eu não dormi enquanto não acabou a primeira temporada!

E, com o passar do tempo, só melhora!

De outro lado, uma série que, de criativo, não tem nada, mas, como smallville, traz uma leitura diferenciada do nosso "mundo dos super-heróis", apesar de dar um significado mais profundo à palavra "leitura", obviamente por questões de direitos autorais. Mas é uma série que empolga pelo rítmo com que as coisas aparecem na trama. E prende você na rente da tela, sempre esperando o esperado, e gostando disso, pois é isso que você espera quando lê uma revista dos X-MEN ou vai ao cinema assistir um filme do EXTERMINADOR DO FUTURO.

Claro que ainda está na primeira temporada e, porcamente comparando, HEROES me empolgou muito mais na temporada de estréia, mas isso não é demérito pra série mais Nerd dos últimos anos. Com o início da segunda temporada, a sensação de "como seria o mundo real com heróis da ficção" já havia acabado, e o mundo já era de ficção MESMO, sem baboseiras. Mas as personagens são muito bem construídas, as situações muito bem apresentadas e a trama muito bem desenrolada, isso tudo numa série que envolve todos os nossos super-heróis favoritos, mesmo que com nomes que não estmos acostumados a escutar (pelo menos não por enquanto).

E a segunda temporada começou bem pra caramba!

Realmente, estamos bem servidos de Nerdices para esse ano: segunda temporada de HEROES, quarta de LOST... E fiquem bem ligados, porque tem muita coisa boa vindo aí em SMALLVILLE, por exemplo.

"Ninja Turtles is from the Devil!!!"

NERD que é NERD tem que ver esses vídeos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Sandman e Morte seguram livros

A DC DIRECT vai lançar agora, em Setembro (dia 3, na promessa), um apoio para livros senacional.

Para comemorar o vigésimo aniversário da série SANDMAN, de um lado da escultura fica Morfeus, do outro, Morte.

Sem dúvida, vale a pena economizar uma graninha durante o ano, não?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Sobre o assunto "Mulher-Maravilha, capa da Playboy"

No meio da semana, eu havia me deparado com o assunto, e, hoje, recebi um e-mail do meu professor e amigo Glauco Toledo, uma das maiores assumidades do Brasil no que se refere a histórias em quadrinhos, desafiando a quem lesse o e-mail a dar uma opinião sobre o assunto.
Sinceramente, sou tão desencanado com esse mundo de Playboys, Big Brothers, celebridades, vidas pessoais de "pessoas que eu vejo atuando mas não faço a menor idéia de quem sejam e pouco me importa" que é difícil opinar sobre o assunto.
Vou situar o leitor deste Blog no assunto, primeiro de tudo, certo?
A capa da revista Playboy americana em fevereiro de 2008 será esta. Ainda, no meio da descrição feita à "atriz, modelo e manequim, além de esposa de um famoso cantor cowntry e participante incansável de reality-shows exploradores da fome por sensualidade do público americano de baixa-estima" diz que ela, COMO UMA LINDA CARTER DOS TEMPOS MODERNOS, era um "símbolo da verdade, da justiça e da sensualidade americana".
HAHAH.
Que americanos e japoneses são pervertidos doentis, todos nós sabemos. Que homem nenhum no mundo resiste a uma bunda, sabemos melhor ainda. Essa mulher poda até simbolizar a "sensualidade americana", aliás, ninguém seria louco de dizer que ela é feia, mas, primeiro desculpando o saudosismo, ela não roe a unha do dedinho do pé esquerdo da Linda Carter. E, em segundo lugar, apesar de a afirmação não merecer nenhum comentário, de tão ridícula, a VERDADE e a JUSTIÇA só podem ser representadas por pessoas que REALMENTE FAZEM ALGUMA DIFERENÇA, caso de Linda e tantas outras pessoas e, apesar de nunca ter ouvido falar da moça em questão antes do atual episódio, basta dar uma olhada na biografia dela e saber que o zero é muito próximo do que ela fez pela verdade e pela justiça...
Agora, pior é a postura da DC diante dos fatos.
Ridículo.

A Triste Morte do Coringa

Foi encontrado morto, nesta terça-feira, dia 22 de Janeiro de 2007, em seu apartamento, junto a comprimidos de Ambien, um calmante, Heath Ledger, ator que acabara de encerrar seu trabalho, interpretando o CORINGA, em BATMAN, THE DARK KNIGHT, a estrear em 18 de Junho, verão nos Estados Unidos.

O site Universo HQ diz não saber se o ator havia ou não completado sua participação no filme, mas tudo leva a crer que sim, já que já temos Trailler e o filme já está encaminhado na sua fase de pós-produção.

De acordo com o site G1, a polícia novaiorquina trabalha com três hipóteses: acidente, overdose de tranqüilizantes (não, ele não fez uso de drogas ilícitas) ou suicídio. Esta última hipótese é veementemente rechaçada pela família, que vai levar o corpo do ator de volta para a Austrália, para fins de sepultamento.

Ainda de acordo com o G1, apesar de ser sabido que o remédio Ambien pode ser letal se ingerido em altas doses ou, ainda, acompanhado de álcool, a amiga e modelo Sophie Ward afirma que não o via ingerindo álcool recentemente e que o ator estava "decidido a evitar o álcool".

Agora de acordo com o site da UOL, o tablóide inglês THE SUN publicou uma declaração da "assistente pessoal" de Naomi Campbell, Rebecca White, que diz ter visto Ledger consumir drogas junto com sua "patroa" e diz, ainda, que o casamento do ator com a atriz Michelle Williams acabou por causa de "freqüentes saídas noturnas e relacionamento com as drogas". Mas, convenhamos, cá entre nós: tablóide, britânico e The Sun são três expressões que não combinam com "verdade".

O que eu sei é o seguinte: é uma pena. Um ator bom, que já havia passado do adjetivo promissor faz tempo, que já havia emplacado sucessos como O PATRIOTA, OS REIS DE DOGVILLE, OS IRMÃOS GRIMM, CORAÇÃO DE CAVALEIRO e O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN e que, diz a crítica, fez um Coringa melhor que o de Jack Nicholson.

Perda irreparável.

domingo, 20 de janeiro de 2008

A Morte de Batman (e os eventos editoriais que já estão dando no saco)

Bruce Wayne irá morrer. E será no evento "Crise Final" (Final Crisis, em inglês). Isso era o que dizia a coluna de Rich Johnston, do COMIC BOOK RESOURCES, site com notícias e fofocas de quadrinhos. Mas o mesmo colunista já diz que a morte foi vetada pela Warner Bros., dona da DC COMICS e detentora dos direitos sobre a personagem, investidora de milhões e milhões de dólares nos filmes do morcegão. Isso traz à tona uma discussão polêmica: até onde podem ir os roteiristas de quadrinhos? Até onde eles podem mexer com personagens, até quando a indústria americana terá de ser sustentada por grandes "crises" e plots escabrosos e até quando as boas histórias terão de ser podadas pelo conservadorismo do mercado, que teme perder um nome de peso numa das maiores franquias do mesmo, a maior franquia da editora?
Há algumas semanas, eu falei aqui sobre como andam mal das pernas os roteiros de quadrinhos de super-heróis. Hoje, por mais que se esforcem Geoff Johns, Grant Morrison, Mark Millar e outros bons roteiristas que temos hoje em dia, é humanamente impossível você ter criatividade suficiente para suplantar as barreiras editoriais que existem hoje.
Anos atrás, os X-Men eram uma franquia de trinta anos. Um sucesso estrondoso que, há mais ou menos uns cinco anos da data referida, apesar de se manter no topo das vendas da ápoca só com o nome da revista, não tinha um roteiro que prestasse. Até entrar Grant Morrison, o roteirista mais criativo e a mente mais insana dos quadrinhos da atualidade, no timão da nau dos mutantes. E ele virou a revista de cabeça-para-baixo, inserindo um novo conceito na franquia (claro, pegando carona no visual do primeiro filme dos heróis mutantes), colocando na temática da revista idéias novas, que ninguém havia usado numa revista de super-heróis.
Passados alguns anos, a revista já havia se consolidado, mas o roteirista, alegando "maior liberdade criativa", rompeu o contrato com a MARVEL e foi digitar suas letras na DC. E a revista dos X-Men abandonou a "identidade Morrison" e voltou ao que era antes. Estranho. Muito estranho.
Primeiro porque, apesar dos protestos de vários leitores conservadores, a Marvel permitiu que Morrison mudasse por completo sua maior franquia (mais uma vez lembrando, tomando carona naquilo que já havia sido feito no filme). Quer maior "liberdade criativa" do que isso? Segundo porque, por mais conservadora que fosse a Marvel, como confiar que uma editora que, atualmente, defende a "cronologia acima de tudo" e poda todos os roteiristas a favor de UM que esquematizza um ano todo de histórias, crises escabrosas e infinitas loucuras?
Falando na DC, tudo bem, achei legal pra caramba a série "Crise de Identidade", achei que foi divertido acompanhar os eventos da "Crise Infinita", mas, convenhamos, TODOS OS ANOS termos uma CRISE pra alavancar as vendas é chamar os leitores de idiotas. E exigir um pouco demais dos roteiristas.
Acho Johns um dos melhores roteiristas que já li em revistas de super-heróis, mas, nem de longe, ele serve, aliás, nem ele nem ninguém, pra escrever o roteiro de uma série de dezenas de revistas e coordená-las, para que todas estejam no mesmo passo, mês a mês, em função de um evento.
E também acho a DC uma editora grande demais (atualmente, tem os títulos de quadrinhos que eu mais gosto) pra depender da morte de um herói e a ressureição do outro, fora a criação de "novos conceitos" (que, de novos, não têm nem o branco dos olhos) e um "tudo muda" (só pra quem começou a ler quadrinhos ontem) por ano!
Não que heróis não possam morrer. Nem que eles não possam ressucitar (não muito, por favor). Mas é que enche o saco, pô!
Mas vamos voltar ao Batman. Diz a DC (fonte não muito confiável) que a morte de Bruce Wayne era pra ser definitiva. Nesses moldes, eu acharia uma grandecíssima idéia! Isso, sim, ia mudar os paradigmas dos quadrinhos mundiais. Não que isso fosse uma novidade, assim, de cabeça, eu já posso citar o FANTASMA, que teve diversos donos do "manto", durante sua longa história: herdeiros e mais herdeiros, gerações de heróis numa família, mas, nos quadrinhos americanos do "mainstream" isso poderia, nos dias de hoje, ser considerado uma quebra de paradigmas. Bruce Wayne, há mais ou menos setenta anos, prepara um Robin (já existiram três, o "um" que eu usei é um pronome indefinido, e não um numeral) para ser Batman, um dia. Mas esses robins, provavelmente por ficarem sem perspectivas de crescimento nesta empresa, andam resolvendo mudar de emprego (na verdade, um mudou de emprego - virou o Asa Noturna -, um morreu, e ressucitou, e outro continua sendo o robin, mas tem grande propensão a seguir a carreira de um dos dois antecessores, antes de se tornar o morcego).
Imagine como seria bom ter um desses robins como Batman (de preferência, um dos dois que não morreram)! Significaria que a franquia do Batman é mais forte do que Bruce Wayne! E significaria, acima de tudo, a quebra de uma amarra nos roteiristas de quadrinhos de super-heróis, além da salvação da credibilidade da tão defendida "cronologia".
Mas a discussão gerada em cima do artigo de Rich Johnston já levou a Warner a negar a morte de Wayne e barrar o plot, que seria o desfecho da, prometidamente, última "crise" do universo DC. Os leitores, aqueles mesmos que levaram ao cancelamento da minha primeira revista em quadrinhos, X-Men 2099, que criticaram Morrison em sua jornada inovadora nos X-Men e que aclamam, todos os anos, a carnificina que acontece nas "crises" do universo DC, e mantém a mediocridade dos roteiros de quadrinhos de super-heróis da atualidade.
Esses são os verdadeiros culpados.
P.S.: No lugar do Batman, é provável que morra ou o Aquaman, ou o Jonn Jonn's, um que já morreu e voltou e outro que voltaria dos mortos numa história menos escabrosa que a do primeiro Robin.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Maldita Garoa

Pessoal, minhas desculpas.

A chuva torrenial que caiu pelos lados de Pirituba ontem me impediu de ir ao show da Plano Próximo.

Fiquei desapontado.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Atulizando o Post anterior, de novo

Esqueci de dizer que estamos esperando, aqui em Sampa, o show da legendária ROTTEN DEFECATION OF CHRIST.
Precisamos deles aqui.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A hora do jabá (sem ganhar p**** nenhuma)

Nessa quinta-feira, São Paulo vai parar!

Hahahahah... Calma, não são os White Stripes que vêm tocar na terra da garoa! Mas é uma banda muito legal!

Se chama Plano Próximo, e não falo bem deles só porque são meus amigos: eles são bons de verdade!

Destaque para o baterista, D2 (não, não é o Marcelo, é o Daniel, mesmo!), que toca muito, muito mesmo, e pro guitarrista, líder e compositor Gustavo Koshikumo, um dos grandes talentos musicais da turma de 2002, da Imagem e Som. Nada contra o Ian, a Carol, ou a baixista que eu nem conheço, a Rachel, mas é que os dois são f**idos.

O álbum deles, Wasabi, NÃO (atualização desesperada) tá à venda no Amazon.com, pra quem tiver curiosidade (apesar de estar todo disponível no link que eu deixei aí pra vocês... bom... faz o seguinte: lembra do Radiohead? Então. Escuta o cd inteiro pela internet; se quiser, baixa as músicas; mas, se curtir mesmo, e eu aposto que você vai curtir, - NÃO, como já dito antes - compra!). Nesse, por gosto pessoal, destaque pra faixa "Eu só queria conhecer seu cachorro", demais!

O próprio Radiohead é uma influência, mesmo que longínqua, da banda, que tem como fortes infuências Pato Fu, Franz Ferdinand e qualquer outra banda Indie-Alternativa-Dançante que você puder imaginar por aí!

Bom, pra concluir, não percam: Plano Próximo, Quinta-Feira, 17/01, abrindo pra banda Visitantes, na Livraria da Esquina, na Rua do Bosque, 1254, Barra Funda, São Paulo.

Os ingressos custam R$6!!!!!!

E eu garanto!

Tanto que nem tô recebendo dinheiro, ingresso ou cerveja pelo jabá!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Só pra completar

Não acho que Johnny Estrela foi um modelo de pessoa, também não acho que ele foi um crápula.

O que achei de interessante no filme foi a leitura, corretíssima, da juíza, sobre o caso. Só achei a pena branda demais, sabe?

Mas provavelmente eu esteja errado, porque o cara tá aí, e não faz mal a mais ninguém, muito pelo contrário.

É isso.

"Minha meta é torrar um milhão de dólares"

Finalmente!

Minha abstinência cinematográfica foi-se!

E foi-se em grande estilo, diga-se de passagem.

MEU NOME NÃO É JOHNNY não só é um excelente filme, como conta, de forma interessante, a história de uma pessoa, no mínimo, peculiar. Isso sem contar que, mais uma vez, denuncia as atrocidades que o "sistema" brasileiro é capaz de cometer.

O filme é ótimo: a começar pelo show de Selton Melo, pra mim, o melhor ator brasileiro em atividade, autor da primeira "frase célebre" postada aqui, neste Blog, e que deu uma aula de interpretação, mais uma vez. Disse ele, em uma destas entrevistas de Televisão, que o verdadeiro cara, o tal do Johnny, João Guilherme Estrela, esteve ao lado dele o tempo todo, no set do filme, mas que não deu palpite nenhum, e que ele mesmo, Selton, não se inpirou nem um pouco na "personagem da vida real", tentando dar uma leitura do que ele mesmo interpretou do livro do cara.

Decisão, no meu ver, acertadíssima: geralmente, quando uma pessoa tenta copiar alguém que existe, a coisa fica meio mecânica. Por mais que você consiga conhecer a pessoa durante o laboratório, este conhecimento é superficial, é só uma faceta da pessoa, e você pode levar as pessoas da sala do cinema a interpretar de forma errada algumas das passagens da vida dela.

Como o próprio filme diz, hoje, João Estrela é uma pessoa recuperada, não é mais aquele maluco do passdo, que levava a filosofia "Zeca Pagodinho" ao pé-da-letra, deixando com que as coisas que aconteciam na vida dele o arrastassem para o caminho que, para ele, teve volta, mas que, para muitos, como o tal psicólogo dedo-duro, não teve.

Mas Selton não veio com uma personagem caricata, nem exagerada. Veio para nós como uma pessoa factível, cheia de carismas e defeitos, que se encaixava perfeitamente na história contada, como se ele mesmo, Selton, tivesse vivido aquilo. Achei realmente impressionante e realista.

Os outros atores também foram muito bem, com destaque para a "atriz bonitinha", Cléo Pires, que, no cinema, mostrou que não é somente o rosto bonitinho que aparece de vez em quando numa novela ruim do Manoel Carlos, e para a Cássia Kiss, juíza linha-dura do filme, que realmente meteu medo a quem via o julgamento..

Isso mostra, entre outras coisas, que a equipe de direção é competente. Pra caramba. Os diálogos dinâmicos do filme (ponto pro roteiro) e a decupagem perfeita faziam-nos entrar na personagem, por mais mau-caráter qe ela pudesse parecer e, juro, até eu me senti identificado com João Estrela por momentos no filme.

A famosa "montagem de vídeo-clipe", modernamente clássica, já, se fez presente no filme, com um rítimo muito bom, o que não deixava o espectador dormir no ponto. diga-se de passagem: eu vim de uma semana estressante e estava morrendo de sono ao entrar na sala de cinema. Não dormi. O filme, pelo contrário, caiu como um litro de café no meu cérebro, e eu acabei indo pra cama às três da manhã.

O ponto fraco do filme fica para a fotografia. Não que ela seja ruim, eu acho que a luz e o contraste das cenas, os movimentos de câmeras e os enquadramentos estavam perfeitos. Profissionais ao extremo, o que contraria a teoria de que o cinema nacional ainda é por demais amador (só acho que quem faz filme deveria pagar a equipe, por mais estagiários que ela tenha, e, com isso, eu posso estar cavando a minha própria cova, expondo um lado podre do audiovisual brasileiro, apesar de, como não tenho contato com a alta cúpula do cine-brazuca, não consigo acreditar que esses filmes que dão certo ajam com tal amadorismo). O problema da fotografia do filme está na escolha da película. Não sei nem se estou certo, mas parecia super-16, e não 35mm.

Os grãos saltavam da tela de uma maneira que, por vezes, deixava a imagem ininteligível demais!

Claro que teve o lance de "piorar" a qualidade da imagem quando ela falava do passado de Johnny, mas não é disso que eu estou falando. Estou falando do geral do filme, que estava difícil demais! Por momentos, eu não sabia quem era o ator ou a atriz que estava em cena, pois os grãos eram tão grandes que a quantidade de detalhes que a imagem mostrava era ridiculamente ínfima.

Talvez isso tenha sido proposital, talvezz tenha sido super-16, talvez tenha sido "bleach by-pass", e eu tenho consciência que esta crítica é uma manifestação de gosto pessoal, mas acho que, por mais estilo que você coloque no filme, é melhor que o espectador entenda o que ele está vendo, pelo menos imageticamente falando.

É o que eu acho, e você pode discordar de mim aqui, nos comentários, se quiser.

Mas o filme é muito bom MESMO e eu, se fosse você e não tivesse ido ver, ainda, seja por preguiça ou por puro preconceito, iria ver.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Vamos de escada rolante, que é mais rápido!

Cara, eu me lembro como se fosse hoje: Há um ano e menos de um mês, eu terminava a minha faculdade. Veja só.

Foi um mês de Dezembro difícil, afinal, lá estava eu, formado e desempregado. Eu não sabia se ria ou se chorava da situação. Audiovisual é muito QI, você quase só consegue andar pra frente se você conhece pessoas. Eu sou um cara fechadão, na minha, mas, posso dizer, não colecionei muitas inimizades na faculdade, muito pelo contrário.

E foi com a indicação de um amigo que consegui meu primeiro emprego dentro da minha área (Valeu, GUGA!). Certo que eu já havia feito estágio, também sob indicação (Valeu, Danny!), mas um emprego na metrópole, cara... Tudo bem que era sem registro e o salário me manteria longe de uma independência financeira, mas era um princípio, e eu serei eternamente grato, tanto ao Guga, quanto à Estela, por essa oportunidade de ouro.

Depois, veio a revista, mais um degrau nessa escada que a gente chama de vida. Degrau que eu subi por acaso: na época, eu assinava um site de currículos na web, quando me acharam através desse site.

E, na revista, eu encontrei uma segunda família, que me acolheu, deu suporte e foi o que me deu ânimo para continuar em São Paulo, sempre na batalha.

2008 chega, e chega cheio de renovações e esperanças.

Seja qual for a espécie de degrau que eu vou subir este ano, eu sinto que vai ser quase como uma escada rolante.

Vamos esperar pra ver!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Calvário da Rainha

Que inferno que é a televisão brasileira.

Em tempos de implantação da HDTV, está cada vez mais difícil se sentar no sofá (no meu caso, colchão, que fica no chão, pois ainda não há uma cama na minha casa nova), pegar em mãos um controle-remoto e assistir a um prazeroso programa de TV, daqueles que, diária ou semanalmente, você não perde, pois, se perder, vai sentir um vazio imenso no coração (nossa, que exagero!).

Venho constatando isso há algum tempo, mas resolvi pensar nisso ontem, quando, ao acabar o circuito de jornais (uma das pouquíssims coisas que se salvam no horário nobre), que perdi quase inteiro, graças a uma falta de luz (única coisa que pode levar um cidadão urbano à loucura) na minha casa, fiquei, aproximadamente, quinze minutos zapeando entre canais, para ver o que assistir e, fora a frase de Selton Melo, não achei nada, e resolvi ir para o meu computador.

Não é segredo para ninguém que sou defensor da WebTV, afinal, aquela caixa preta, que emite luz e reúne toda a família, sentada em poltronas, quieta, em sua volta, para mim, está mais do que ultrapassada. Mas ainda existe alguma atração pelo conteúdo mastigado e não-interativo dos telejornais, além de alguns programas que causam alguma reflexão, mas estes são raridades.

De resto, tudo que é bom está disponível em DVD ou em podcasting: procure e verá.

Certo que, ontem, eu estava no horário errado, frente à TV, afinal, mais tarde, se eu tivesse um pouco de paciência, teria o ROCK E GOL DE SEGUNDA que, para um ávido fã de futebol e humor non-sense como eu, é um prato cheio. Seguindo às excessões, a MTV tem um programa muito interessante, o MTV DEBATE, que é daqueles que te lava a pensar alguma coisa, apesar de, às vees, a desordem do programa coincidir demais com o turbilhão que está na sua cabeça, tentando organizar as informações. Tem o RODA VIVA, da CULTURA, que tem, também, o VITRINE, mas a TV Estatal já foi melhor. A GLOBO traz aquelas mini-séries de sexta-feira, muito interessantes, e a GRANDE FAMÍLIA, engraçada, mas o CASSETA E PLANETA não é mais o mesmo, e os núcleos de dramaturgia estão perdendo o rumo, caindo, cada vez mais, no dramalhão e nas fórmulas pré-estabelecidas, todas as novelas são iguais, sempre três gêneros fixos por horário, o que é um calvário pra quem tenta acompanhar. A RECORD, além de tentar ser um clone da "líder", vem embutida com propaganda religiosa descarada nos programas supostamente jornalísticos, o que, literalmente, me tira do sério. Ah, tem o PÂNICO, de Domingo. E o resto é resto. Nem o SBT se salva mais do "resto". Sua programação é pouco criativa, e os domingos "do patrão" são os mesmos desde que a minha mãe nasceu. É pouco.

Uma Televisão que já foi chamada de "a melhor Televisão do mundo" está ficando pobre, popularesca, monótona e repetitiva, levando cada vez mais usuários a optarem pela grande e interativa rede, que pode até ter um conteúdo duvidoso, mas nunca vai ser monótona.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Digna de nota

Selton Melo, perguntado pela repórter qual sua opinião em relação à legalização das drogas:

"Por não ter opinião formada sobre o assunto, qualquer comentário meu sobre o mesmo será leviano; por isso, não vou opinar"

*nunca "não ter aquela opinião formada sobre tudo" soou tão inteligente.

só pra completar o post anterior:

"Uma decisão democrática não se limita apenas em acatar a decisão da maioria; implica, sim, nessa maioria estudar uma forma de deixar o maior número possível de indivíduos satisfeitos"

Carnaval, Chapéu, Fantasias e mais um fim-de-semana sem cinema.

Cara, eu JURO que ia assistir MEU NOME NÃO É JOHNNY, esse fim-de-semana, no cinema, e falar sobre o filme aqui.

Acredita que eu cheguei a estar na PORTA DO CINEMA?

Pois é... Mas eu tinha uma vontade para este ano: Viajar para Florianópolis no Carnaval, depois de quatro anos longe da Cidade-da-Magia, A Mais Querida do Brasil. Estava tudo indo bem, e nos reunimos eu, minha namorada e algumas de suas amigas, formando 50% das pessoas que fariam parte da viagem, coincidentemente, na maioria das pessoas presentes, as mais interessadas em decidir os valores, pois seriam as menos favorecidas do grupo, financeiramente falando, no momento presente.

Nos sentamos, às 21h30, para decidir as coisas e, às 22h45, assistir ao filme. Decidimos, sabiamente, pelas opções mais em conta, , mas deixamos passar alguns ítens, como incluir nos custos a gasolina dos carros alugados, além de calcularmos erroneamente as diárias do aluguel dos mesmos. Demoramos tanto em traçar um plano errado, que acabamos não conseguindo ver o filme. Deixei o filme para o dia seguinte.

Pensando nos erros e mantendo a política de valores, cheguei em casa e criei um "plano B". Infelizmente, pessoas que estão dispostas a gastar mais na viagem bateram o pé para o "plano B", em nome do "conforto" (não sei qual o problema de viajar de carro e ficar numa pousada que não cobra 70 reais por dia de café-da-manhã). Também Infelizmente, este "conforto" não cabe nem no meu bolso, nem no bolso da minha namorada, o que nos impossibilita de fazer a viagem, além do que, eu me estressei tanto em escutar asneiras, que fiquei com dor-de-cabeça, no domingo, e acabei não indo ao cinema, de novo.

Desejo, sinceramente, uma boa viagem a quem vai. Sei que é bom, pois já fui duas vezes, DE CARRO, e me apaixonei pela cidade.

Eu vou ficar com uma viagem a dois, para uma cidade mais próxima, que tenha um custo de locomoção menor e vou curtir a minha namorada.

E Sábado vou ao cinema, sem falta.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

QUADRINHOS E CINEMA parte 3

Por que dá certo

Como já foi dito nessa série, história em quadrinhos (HQ) e cinema são mais do que contemporâneos. São univitelinos, gêmeos que o destino separou em mercados quase que completamente diferentes.

Mas tais mercados são tão atrativos que seria impossível pensar na possibilidade de não haver um crossing over entre eles. Só para se ter uma idéia, mais de 18 milhões de americanos lêem quadrinhos mensalmente, o que dá mais ou menos cem vezes o mercado brasileiro. E o mercado do cinema é essa monstruosidade que todos conhecem. Com isso, se você faz um bom filme com personagens de HQ e faz bastante propaganda, só esses 18 milhões já pagam seu orçamento.

Foi pensando em todos esses dados que a indústria dos quadrinhos vem investindo pesado no mercado cinematográfico. Mas não são só filmes novos que prestam.

A DC, detentora dos direitos dos super-heróis mais famosos do mundo saiu na frente de todas as outras editoras quando lançou, nos anos 70, a série de filmes do Superman. Pegue bons roteiros, misture com simplicidade e um ator super-carismático no papel principal e você tem a primeira série de filmes de HQ que realmente empolgou o público das telonas. O carisma de Superman se repetiu agora, em 2007, com Superman Returns, em mais um bom filme da série, pelo talentoso diretor Brian Synger.

Ainda com a DC, Batman Begins, com Chris Nolan no papel principal, veio a apagar as péssimas impressões dos filmes anteriores do morcego (excessão dada ao primeiro filme, de Tim Burton, que, apesar de um Batman robótico e fracote, teve um genial Jack Nicholson como Coringa), já engatilhando uma seqüência que promete, agora em maio, Dark Knight (O Cavaleiro das Trevas, em português, que vai ter um Coringa ainda mais sombrio que o de Nicholson), com certeza, um filme para se dormir na porta do cinema para conseguir o ingresso da pré-pré-estréia (claro, se você não tiver nada de mais importante a fazer na sua vida: NÃO FAÇA NENHUMA LOUCURA: ESTE BLOG NÃO SE RESPONSABILIZA POR DEMISSÕES SUMÁRIAS DE FUNCIONÁRIOS QUE LEVAM TUDO A SÉRIO).

Dizer que a Marvel só faz filmes ruins seria um crime. Como já malhamos demais a maior editora de quadrinhos do mundo, vamos começar a puxar sardinha para o lado da galera de Stan Lee. É certo que o sucesso veio tardiamente, mas ninguém pode negar que X-MEN, HOMEM ARANHA (a série), DEMOLIDOR, HULK e, mais recentemente, X2, X-MEN: THE LAST STAND, FANTASTIC FOUR: RISE OF THE SILVER SURFER (não, não considero o primeiro FF um bom filme) e GHOST RIDER, são as melhores adaptações de HQ para cinema em todos os tempos. A Marvel, dessa vez, caprichou ao investir em suas marcas. Todos os filmes (com ressalvas a HULK, que assustou pela vanguarda) agradaram o público em geral e trouxeram lucro para a antes quase falida editora. É.... eles não estão brincando em serviço.

Isso sem falar de SIN CITY, 300, 30 DIAS DE NOITE e outras adaptações de editoras menores em tamanho, mas não menores em importância, e, ainda, as independentes, como AMERICAN SPLENDOR, nada menos que GENIAL.

E quanto à ótima comédia estrelada por Will Smith e Tommy Lee Jones, HOMENS DE PRETO? Vai dizer que você não foi pego de surpresa com essa bomba? É... isso é quadrinhos! E dos bons!

Por isso é que quando se diz que para tudo basta boa vontade, boas idéias e bom investimento nada é impossível de se fazer. Principalmente em se tratando de duas linguagens tão parecidas como o cinema e os quadrinhos. É só procurar, ou, agora que está mais fácil, aguardar que tem muita coisa boa por aí. Com certeza.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Vamos falar de TV Digital?

Brasileiros e Brasileiras, é com muito orgulho que estou convencido de que nunca na história deste país fomos tão enganados acerca de um assunto tão importante. É vergonhoso termos que passar por isso, num momento histórico tão importante. Vou explicar por que:
Há algum tempo, se fala na "nova televisão", com mais interatividade, melhor qualidade de imagem, som, etc. Acredito que desde que a internet se consolidou como um meio de comunicação em massa também para leigos, com facilidade de acesso e interação, gratuidade de grande parte do conteúdo, velocidade de acesso, mesmo que restrito a uma parcela da população (oras bolas... também não é todo mundo que tem TV a cabo!), vem se falando muito de uma resposta da televisão e, até, na aglutinação dos meios numa "nova mídia", popular e de qualidade.
No livro "A Nova Mídia", Wilson Dizard Jr. fala de uma televisão com padrões completamente diferentes dos que temos hoje, com programação "on demand" (sob demanda) sendo o prato principal deste banquete que inclui uma maior facilidade de comércio eletrônico: você poderia fazer suas compras pela TV, no momento do comercial, sem auxílio de telefone ou qualquer outro meio auxiliar (como você faz hoje no "Mercado Livre", só que mais dinâmico e direto com a fabricante, sem intermediários), simultaneidade de canais, arquivamento de programas e, a vedete da TV para os que curtem filmes, uma definição de imagem que poderia atingir as 2 mil linhas (2K).
A TV digital viria para fazer uma convergência dos meios domésticos de comunicação, rádio, TV, telefone e internet, num único aparelho eletrodoméstico que reuniria a família de volta a um único núcleo. Uma proposta tentadora aos conservadores de plantão, que atribuem à falta de unidade familiar todas as mazelas do mundo pós-moderno.
Daí, chega TV digital (HDTV para os íntimos) para os Brasileiros, num discurso pomposo do Presidente e uma transmissão bonitinha na sua televisão Standard (SDTV), de tubo, sem que você faça a mínima idéia do que está acontecendo. Tudo isso é só um teatrinho para que você não pense que estamos atrasados em relação ao resto do mundo. A grande realidade é que a TV Digital Interativa ainda não é uma realidade sequer na grande São Paulo (lugar onde há uma infra-estrutura montada para transmissões em HDTV), quanto mais para o Brasil.
Sim, há uma melhora de sinal, porque a transmissão HDTV é transmitida com até 19 Mbps (Megabits por segundo), enquanto a transmissão SDTV era (ou é, na gigantesca maioria do Brasil) transmitida a 4 Mbps. Vou explicar: ao contrário do que pensam os leigos melhor informados, a TV não recebe um sinal RGB (Red, Green, Blue, ou Vermelho, Verde e Azul, em português), mas um sinal YUV (Luminância, Luminância em relação o Azul e Luminância em relação ao Vermelho), que é processado dentro da sua TV e só vira o sinal RGB na tela de sua televisão. Os 4 Mbps do seu sinal são distribuídos em 1 Mbps para o sinal Y, 1 para o U, 1 para o V e 1 para o som. Na HDTV, são 4 Mbps para cada sinal de Luminância do YUV, 3 para o som e 4 Mbps só para tráfego de informação, traduzida, ou não, em imagem. Isso, claro, nas transmissões 100% HD, pois sua HDTV pode (ou deveria poder) receber três transmissões simultâneas em SDTV.
Mas, aqui no Brasil, ainda não se pode usufruir de tal qualidade 100%. A HDTV, por definição, tem resolução de, no mínimo, 1080 linhas. Menos que isso, é tudo baboseira, ou seja, SDTV. Não adianta a sua TV "super-mega-hiper-LCD-power-plus-hi-fi-digital-dolby-surround-sound-escambau" ter 25 entradas de sinal HDMI, que possibilita transmissão de dados e interatividade (preferência do padrão Japonês de HDTV), se ela nõ tem as tais 1080 linhas de resolução pra exibir o conteúdo que ela recebe. E nenhuma, e eu disse NENHUMA, TV "super-mega-hiper-LCD-power-plus-hi-fi-digital-dolby-surround-sound-escambau" à venda no Brasil tem, sequer, mais de 750 linhas de resolução.
"Pô, pra quem só podia ter TV's "tubão", tela plana, com 425 linhas reais (teoricamente, ela teria mais, quinhentas e pouco, mas a realidade sempre é um pouco inferior) de resolução, ter 750, e com varrimento progressivo, é coisa pra caramba, meu!", você vai me dizer. E eu concordo! Caramba, é um baita passo rumo à evolução dos aparelhos de TV. Mas essa evolução já chegou faz anos no resto do mundo civilizado!
Os Americanos, cuja cultura é a das "sitcoms", "soap-opras" e dos Blockbusters, a "TV On Demand" já existe há mais de uma década, e os aparelhos de TV vão, em menos de 1 ano, chegar ao almejado 2K (mais de 2 mil linhas) de resolução!
Os Japoneses, cuja cultura é a da "informação e consumo a qualquer custo", a interatividade com a TV já é usual e a portabilidade uma realidade há mais de cinco anos! Para se ter uma noção: o tal do celular 3G, que acabou de chegar aqui no Brasil, a preços exorbitantes, já é uma realidade no Japão desde 2005 (dentro do que sei, pois pode ser há mais tempo!). Lá, você recebe, gratuitamente, um aparelho com tecnologia 3G, ao assinar a linha, e assiste TV digital interativa, também gratuitamente, através desse aparelho!
Aqui, o famoso "País da Mãe Joana", você terá que pagar (caro) por qualquer dos serviços disponibilizados pelo aparelho, pelo qual você também pagou (caro).
Voltando ao assunto, só pra concluir, eu entendo que, até pelo fato de o Brasil ser um país pobre, de economia frágil e dimensões continentais, as coisas devem ser feitas passo a passo, sem atropelos. Mas a escolha do sistema a ser adotado, apesar de, no fim, ter sido a mais correta e coerente (a de adotar um sistema genuinamente nacional, que renderá divisas para o nosso país, mais adiante, quando a China e a África Portuguesa forem fazer a mesma transição pela qual estamos passando), foi demorada demais. Três anos para se decidir se usaríamos o padrão americano (alta qualidade de imagem), japonês (altos portabilidade e possibilidade de tráfego de dados), europeu (nem tanto pra leste, nem tanto pra oeste) ou criar um sistema nosso (que, a exemplo da época da TV em cores, ficou muito parecido com o parão europeu, mais esperto) é tempo demais.
Daí, você gasta milhões em publicidade, que não passa de propaganda enganosa, pois, até 2009, não teremos chegado nem ao passo da alta qualidade de imagem. Então por que tanto oba-oba?
O fato é que as fabricantes de aparelhos de TV PRECISAM vender as "set-top boxes" (aquelas caixinhas que você colocava em cima da sua televisão, quando elas não tinham tantos canais quanto a sua TV a Cabo) que, provavelmente, sobraram no mercado exterior e precisam desovar em algum lugar.
Mas o povo brasileiro é esperto, e sabe que a HDTV de verdade já chegou faz tempo. Ela se chama Internet Banda Larga, recebeu o apelido de Web-TV, é mais interativa que a HDTV japonesa, acessa dezenas de canais ao mesmo tempo, serve de workstation e tem mais de 2 mil linhas de resolução com varrimento progressivo (sim, o monitor de seu computador é melhor que a TV "super-mega-hiper-LCD-power-plus-hi-fi-digital-dolby-surround-sound-escambau" do seu pai).

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Desabafo de um Nerd Frustrado

Eu estava procurando uma lista de filmes brasileiros pra fazer uma enquete legal, hoje, só pra refrescar a minha cabeça e ver quais filmes saíram em 2007. Deu pane.

O fato é: fui muito pouco ao cinema, este ano. E, de brasileiro, na telona, só assisti o, já comentado aqui, TROPA DE ELITE. Bizarro. Houve um tempo que eu ia ao cinema toda quarta e sábado, sozinho ou acompanhado, fizesse chuva ou Sol; eu ia, fielmente, em todas aquelas segundas-feiras em que o Cinemark exibia um batalhão de filmes nacionais, para quebrar esse preconceito idiota que o povo tem em assistir filmes falados originalmente em português (aliás, aguardem, aqui, algo sobre dublagem, que é uma coisa que me tira do sério), adorava o Espaço Unibanco... bom, vocês me entenderam.

Por um lado, é uma vergonha, eu sei, que uma pessoa que se propõe a falar de cinema e HQ's vá ao cinema apenas duas vezes por mês, mas, depois que o ano termina, por outro lado, percebemos as causas disso: este ano foi fraquíssimo no quesito "filmes que me fazem tirar a bunda da cadeira e ir até o cinema mais próximo pagar 12 mangos para ficar duas horas preciosas da minha vida assistindo". Principalmente às quartas-feiras, se você mora no Parque São Domingos e é um ativista-eco-chato-anti-carros.

Fui quase tanto ao teatro quanto fui ao cinema, este ano. Isso, levando-se em consideração uma pessoa que assistia, no máximo, uma peça ao ano, é muita coisa!

Outro fator foi o econômico: me mudei para São Paulo, este ano, uma cidade com custo-de-vida altíssimo, precisei pagar aluguel, resolvi dar uma zerada nas dívidas e, por fim, há o preço abusivo das salas de cinema nessa cidade louca.

Me nego a pagar 20 mangos por cabeça pra assistir um blockbuster. Prefiro esperar e pagar cinco pra família toda assistir o filme.

No quesito "filme nacional", a coisa foi fraquíssima, mesmo! Fora TROPA DE ELITE, que me fez sair de casa para assistí-lo, teve o A VIA LÁCTEA que, por eu morar no Parque São Domingos, não deu para ver em São Paulo, e ele não tem previsão de sair no Unibanco em Santos, o que dificulta um pouco as coisas (juro que checo a programação semanalmente e, assim que sair por lá, eu vou assistir com o maior prazer!), e mais nada.

Fica difícil variar as coisas por aqui quando uma das coisas das quais me proponho a falar é tão fraca.

Hoje, quase falei de HQ, de novo. Inclusive, a enquete é sobre o assunto do post anterior. Mas resolvi fazer esse desabafo. E, prometo, vou começar a falar de filmes específicos, aqui, nem que seja de filmes em home vídeo.