terça-feira, 16 de setembro de 2008

Como eu disse na postagem anterior, vivemos em função do relógio.

Nós, todos os dias, mergulhamos em nossas rotinas e vivemos engasgados de repeições, fazendo sempre as mesmas coisas, sem mudar, sem variar.

Acordamos no mesmo horário. Levantamos, escovamos os dentes, nos vestimos e vamos trabalhar. Todos os dias, o mesmo "bom dia", as mesmas caras entediadas, as mesmas testas franzidas, as mesmas pressões e, o mais impressionante, ninguém explode!

É disso, e começando muito bem, com um leitmotif do Nine Inch Nails - que vem para o Brasil no mês que vem -, na música "Everyday is Exactly The Same", para o protagonista, que fala o filme "O Procurado", do russo Timor Bekmambetov, o mesmo de "Guardiães da Noite".

O filme é, em si só, uma catarse. É tudo o que um nerd qualquer adoraria que acontecesse em sua vida: você está de saco cheio até que, um dia uma Angelina Jolie aparece em sua vida, diz que você é o máximo, o único cara que pode matar um outro cara muito bom, mesmo, e, de repente, você se vê possibilitado a mandar aquela chefe pra um lugar que só é prazeroso pros outros irem, destrói um teclado na cara do filho da mãe que se diz seu amigo, mas trepa com a sua mulher e ainda tasca um beijo na Jolie na frente dela, indo, de vez, viver uma vida nem um pouco monótona e cheia de aventura e coisas impossíveis.

"Jornada do Herói", "Mito da Caverna", tudo aquilo que, já se sabe de trás-pra-frente, é  o segredo de qualquer boa história, está no roteiro deste filme que, além de um bom roteiro, é um show de imagens alucinantes e bonitas, uma trilha sonora muito boa e atores fazendo bem seus trabalhos.

Não posso dizer que não é um bom filme.

Aliás, é mais que um bom fime.

É um ótimo filme.

Só tem um pequeno defeito no roteiro: é previsível demais, mas todos nós sabemos que bons roteiros não contam histórias imprevisíveis, mas histórias boas.

Quem não viu, vá ver.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Três

Primeiramente, eu devo aos leitores deste Blog as minhas desculpas.

Hoje faz três meses e mais três dias que eu não escrevo uma letra neste ainda jovem Blog. E, para um Blog que tem nove meses, três são um tempo e tanto.

Uma coisa da qual eu não posso reclamar da vida é da profissão que eu tenho. Num mundo onde as pessoas sofrem uma grande pressão e acabam por escolher sua profissão única e exclusivamente pelo dinheiro que ela pode proporcionar no futuro, eu tive o privilégio de escolher para a minha vida exatamente aquilo que gosto de fazer: cinema, vídeo, quadrinhos e internet.

Faz um tempo que não faço cinema, e meu relacionamento com os quadrinhos andam só no ítem "crítica", mas isso não vem muito ao caso.

O importante a dizer aqui é que, apesar de eu fazer o que gosto, minha profissão tem muitos defeitos, e o mais insuportável deles, de longe, é o "prazo".

Esta semana, no programa "Circo do Edgard", exibido no MULTISHOW, o apresentador do"Fantástico" Zeca Camargo colocou no topo de uma lista "os três mais malas" o relógio.

Eu sei, todas as profissões trabalham com prazos, algumas mais, outras menos, mas havemos de concordar que nada é mais restritivo e torturante do que o prazo nas áreas de publicações e imprensa.

Fechamento.

Esta palavra causa calafrios, urticárias, pesadelos e, até, suicídios em pessoas que trabalham com publicações o ano inteiro.

Pra mim, ela vem em todo começo de mês e, vou te dizer, é um inferno. Por que? Porque, ao contrário de todas as outras pessoas na revista, cujos trabalhos dependem somente deles mesmos, o meu trabalho, em certo momento do fechamento, depende do trabalho dos outros.

E é aí que o prazo aperta.

Porque, enquanto todo mundo mira terminar seus trabalhos para o envio da revista para a gráfica - uma semana antes da revista chegar nas mãos dos associados -, ninguém percebe que eu também praciso mirar a mesma data, só que eu não posso editar as matérias em vídeo sem um texto. Audiovisual é assim: o áudio não vem antes à toa.

O ano inteiro eu fui ficando pior de saúde, gradativamente, por causa deste stress de fechamento de revista. Mas nos últimos meses eu fiquei ruim mesmo, e, para piorar, ainda tive que cuidar de mudança de casa, autoração de DVD e, no último mês, preparação de aula, uma vez que virei professor universitário.

Não estou justificando, mas estou pedindo desculpas, aqui, e prometendo que, apesar da correria, serei mais fiel ao Blog à partir daqui.

E gostaria, também, de agradecer àquelas visitas que apareceram constantemente, durante esta lacuna, e não deixaram cair a peteca do Blog durante esses longos três meses.