sexta-feira, 25 de abril de 2008

Virada Sensacional


Este fim-de-semana, acontece, em São Paulo, a VIRADA CULTURAL.

Iniciativa louvável de prefeitura da cidade que, além de fomentar o comércio no Centro, ainda traz muita cultura e diversão para esse povo que nem sempre consegue acesso a eventos culturais ou equipamentos municipais gratuitos de cultura.

Você pode escolher: são mais de 15 mil atrações em 24 horas de puro divertimento espalhados por toda a cidade, apesar de ter maior concentração no Centro Expandido.

Eu já escolhi as minhas.

Sábado, vou ao SESC Vila Mariana, assistir a um Teatro de Bonecos, que me pareceu muito interessante. Iria, também, em alguma dessas exibições de cinema na madrugada do SESC, mas vou ter que guardar as minhas energias (afinal, eu não sou "apenas" um blogueiro, mas também trabalho durante a semana inteira) para o Domingo, quando, à partir do meio-dia, vou acompanhar todos os shows do "Rock na República", começando com Cachorro Grande, passando por Arnaldo Antunes e Lobão, para finalizar com Ultraje a Rigor, esse último que começa às 18h de Domingo.

Legal, né?

Só pra citar, o "Rock na República", que acontece na Praça da República, não começa no Domingo, não. Ele começa no Sábado, às 18h e, entre outras atrações, terá Casa das Máquinas, às 21h30, Paul D'ianno (ex-vocalista do Iron Maiden, nos anos 80), à 1h da manhã, e Andreas Kisser e convidados, às 3h da manhã!

Se você tiver pique, aproveite!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Isabella, o Big Brother e o Ibope

Acho estranho, mas fácil de entender, este circo todo, armado em volta do assassinato da pequena Isabella, assunto este sobre o qual qualquer brasileiro, não me excluindo desta, tem sua opinião mais do que formada.

Numa época em que se vê que o Big Brother está dando mais audiência que a novela do horário nobre, vê-se que a classe média brasileira, maioria no País, quer ver, mesmo, o "circo da vida real". Aquele que você, antes, poderia ver, simplesmente, batendo papo com a vizinha de muro, mas que, hoje, teve o acesso restringido pela vida atabalhoada dos grandes centros.

A mesma classe média que não quer nem saber quantas crianças morrem de overdose nos sinais de trânsito da cidade, porque compraram cola com o dinheiro que conseguiram das esmolas que a classe média deu a elas. A mesma classe média cujos filhos financiam o tráfico nas favelas, e nem querem saber quantas crianças morrem baleadas na guerra constante entre traficantes, ou entre o tráfico e a polícia. Isabella é apenas mais uma entre tantas.

Claro que o assassinato sumário de uma menina de cinco anos, provavelmente pelo próprio pai, é horrendo e merece que investigações profundas sejam feitas até que se ache o culpado e, feito isso, que o mesmo pague com pena máxima (melhor que fosse a morte) pelo que fez.

Mas ficar duas semanas falando apenas disso, com direito a "flashes" ao vivo, de meia em meia hora do Domingo, sempre dizendo "daqui a pouco voltamos com mais informações" e voltando para dizer sempre a mesma coisa, cobrindo cada passo de cada um dos envolvidos no caso, transformando a mãe da menina numa popstar nacional, com direito a participação em show do feriado de Tiradentes é absurdo!

É simplesmente ridículo que um caso como este tome estas proporções, com tanta coisa mais importante acontecendo no País! É o velho "pão e circo", com direito a sangue e gladiadores, tomando sua velha função! E o povo cai como patinhos, afinal, não há nada melhor do que a boa e velha "fofoca" o que se passa na cabeça de um escritor de folhetim se tornou ultrapassado, diante da imprevisibilidade da final de um Reality Show. O que se dirá, então, quando o final deste Reality Show não depender, simplesmente, de ligações populares, mas de um estudo científico minucioso, do qual o povo não faça a menor idéia de como aconteça, mas que delicia os mesmos populares, quando um jornal sensacionalista reproduz a cena do crime?

Isabella é uma vítima, mas a maior vítima de tudo isso é o Brasil, que se encontra cego, ao tentar saber quem a matou, ao invés de se preocupar com o panorama geral da coisa, ou com outras coisas que estão acontecendo e que, essas sim, vão mudar, definitivamente, o curso da vida de todos.

Afinal, ninguém mais fala de aquecimento global (esse, sim, cutuca o traseiro fétido da classe média), etanol, Petrobrás, barreiras comerciais ou corrupção. A única coisa que está na boca do povo é Isabella.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Saindo ligeiramente do assunto...

Eu apareci no Blog SAINDO DO FORNO, de Rildo Barros, da REVISTA PADARIA 2000, onde trabalho.

É uma foto do meu trabalho como "repórter cinematográfico"!

Vale a pena conferir!

E, ainda, confiram o novo Blog de futebol, do qual faço parte, falando sempre de Corinthians: o CORNETA CATIVA!

Abraços!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Jumper, o review


Um filme legal, que atende às expectativas e nos faz pensar um pouco sobre a célebre discussão: quem faz o homem, o meio ou a genética? Você nasceu assim, ou foi o que aconteceu na sua vida é que te moldou? É destino, ou ocasião?

"JUMPER" conta a história de um moleque anti-social, que era azucrinado na escola e que, de repente, descobriu que poderia ir a qualquer lugar que quisesse, desde que já o tivesse visitado antes.

O que você faria, caso isso houvesse acontecido contigo? Eu, e é bom lembrar que isso é um blog e eu emito a minha opinião única e exclusivamente pessoal, por aqui, faria EXATAMENTE o que ele fez. Se você assistiu o filme, sabe do que estou falando.

A personagem é bem construída, interessante, tem motivo e meios para fazer tudo o que faz no filme. O ator é bom, também, diga-se de passagem.

A ação do filme, frenética do começo ao fim, te prende direitinho, como todo Blockbuster deveria fazer, e nem sempre o faz ("O RETORNO DA MÚMIA" é o melhor exemplo disso, apesar de "AS PANTERAS: DETONANDO" estar mais fresco na cabeça de todo mundo, porque passou na TELA QUENTE), os diálogos são bons, o roteiro não tem pontas soltas. Muito bom, o filme.

Teve gente que assistiu comigo que discordaria do que eu falo das "pontas soltas", porque o filme passa por cima de um monte de coisa que poderia até explicar, mas o que eu digo é que o filme "não tem gorduras". "O que é isso?", você me perguntaria, e eu te respondo: o filme não perde tempo explicando, seja em diálogos, seja em flashbacks, coisas do tipo "como ele conseguiu esse poder". Nem pára pra mostrar ele roubando cadeirinha de praia e hot dog pra parar na cabeça da esfinge com as duas coisas. Pra que? Ele pulou, roubou, pulou de novo, sentou e comeu! Simples assim! E eunão preciso perder tempo mostrando isso!

Mas o filme tem seus pontos negativos. O vilão é mau-construído: Samuel L. Jackson merecia um papel mais bem-escrito; até dá um medo dele, ele é bravo e tal, mas falta um feeling a mais; e o par romântico é bem ruinzinho, além de demorar pra entrar na trama de verdade. Parece que o apego que ele tem por ela aparece de repente, e não é construído durante o filme. Além do quê, ô atrizinha ruim, hein? Bonita, mas ruim!

E tem a câmera, que fica o tempo todo na mão, balançando... num filme desses, rápido, dá enjôo. Pelo menos, me deu! Eu gosto, e muito, de câmera na mão, adoro os filmes do Lars Von Trier, mas acho que, pra esse filme, não funcionou.

Mas fica aí a recomendação: boas duas horas de divertimento. E pense bem antes de dar um pescotapa naquele nerdinho da sua sala.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Um sonho que não se realizará

Semanas atrás, falei da minha banda favorita em todos os tempos, o QUEEN. Mas a realidade é que, apesar de eu realmente ser um fã do QUEEN e ser uma pessoa muito, mas MUITO, eclética, o som do QUEEN não é exatamente o que abunda entre as minhas bandas favoritas.

Vou dar um exemplo bem prático disso: Durante a minha adolescência, eu fui muito fã do PUNK ROCK; GREEN DAY, OFFSPRING, bandas contemporâneas a mim, RATOS DE PORÃO, REPLICANTES, muitas bandas dos anos 80, LEGIÃO URBANA, IRA, ULTRAGE A RIGOR, dentre as mais leves, mas, dos anos 70, mesmo, eu só conhecia três bandas: RAMONES, SEX PISTOLS e THE CLASH.

Até então, isso era mais do que o suficiente para mim. Nunca vou esquecer os buracos que me enfiei para ver bandas underground, ou, mesmo, o show do ULTRAGE que fui com meus amigos Xablim e Japa, sensacional, no qual a banda entrou às três da manhã e fez um show de uma hora e meia sem parar de tocar nenhum segundo, emendando vários sucessos com músicas dos RAMONES.

Mas eu cresci e, com isso, veio a paixão por livros cada vez maior (na adolescência, eu já lia bastante, mas não no ritmo alucinante que eu adquiri na faculdade) e, um belo dia, chega em minhas mãos o livro "MATE-ME, POR FAVOR: A HISTÓRIA SEM CENSURA DO PUNK".

O livro é maravilhoso, conta, com depoimentos daqueles que participaram, as histórias que fizeram nascer o gênero mais controverso do Rock and Roll na história, com muito sexo, drogas, álcool, noitadas, gente que se perdeu, gente que se achou, viagens sem dinheiro e o CBGB's.

Foi com este livro que eu acabei conhecendo o VELVET UNDERGROUND, o IGGY AND THE STOOGES e, a minha favorita das 3, THE NEW YORK DOLLS.

Taí.

Cheguei onde queria chegar.

Os DOLLS vão fazer um show aqui em São Paulo, amanhã, às oito da noite, no Hangar 110. Sensacional! "Maravilha, Alberto"! Pô, já pensou, reviver tudo aquilo que acontecia no CBGB's?

Caramba, ia ser massa! Comecei a procurar como chegar no Hangar 110, descobri que é bem próximo ao metrô Armênia, tal, daí, comecei a procurar o preço do ingresso. Achei no "G1.com":

R$ 90 (lote 2), R$ 100 (lote 3), R$ 120 (porta).

Tá. Outro dia, falei com a minha namorada que eu pagaria 200 reais fácil no show do QUEEN. Se bobear, até uns 300 eu pago.

Mas pagar R$120,00 pra assistir um show de PUNK ROCK, num lugar apertado, e ainda voltar pra casa fedendo a cigarro é dose pra leão!

Se o cachê dos caras é alto, faz o show no Parque Antártica, pô!

Mas, tudo bem. As informações estão todas aí, os links também, quem quiser vai. Vai se divertir pra caramba, garanto, porque os caras são bons, e as músicas, pra quem curte, são dançantes pra burro (eu entraria em delírio na hora que eles tocassem "Monkey Child")!

Só que, lamento, não me encontrarão lá!

terça-feira, 1 de abril de 2008

O dilema de Superman

Semana passada, ao que parece, foi dado o veredito final sobre o assunto "quem detem os direitos de cópia sobre o SUPERMAN". O juiz federal californiano Stephen Larson deu seu parecer, dando a Jerry Siegel, co-criador da personagem, ao lado de Joe Shuster, e, conseqüentemente, seus herdeiros, os direitos sobre metade de tudo o que a DC COMICS lucrar sobre SUPERMAN.

Em 1999, já havia acontecido uma decisão judicial parecida, onde se dizia que os criadores deveriam ter seus nomes publicados junto ao das personagens, além de ter seus direitos de autores preservados.

A decisão de Larson diz, ainda, que, baseado nesta decisão de 1999, a DC teria que pagar à família de Siegel metade de tudo o que lucrou sobre SUPERMAN de lá pra cá, sendo apenas necessário, agora, criar um discernimento sobre quais personagens e quais elementos relacionados ao SUPERMAN são de co-criação de Siegel ou não. Shuster não está envolvido no processo por não ter herdeiros.


Bacana, em termos. Nós que gostamos de fazer nossos rabiscos e criamos personagens, para criar contos, curtas, quadrinhos etc. passaremos a nos sentir mais protegidos com uma decisão como esta, criando uma jurisprudência (termo importantíssimo nos EUA) em território Americano, onde, sabemos, as empresas que publicam histórias em quadrinhos de autores empregados, especialmente a DC, haja visto o que vêm fazendo com Alan Moore e suas criações, gostam de se utilizar de criações destes profissionais e fazer o que bem entendem com elas.

O exemplo de Moore é o mais explícito: uma coisa é adaptarem "DO INFERNO", que já é uma adaptação de um livro, ou se basearem no "BATMAN" escrito por Frank Miller para fazer o filme do Morcego, mas episódios como os de "A LIGA EXTRAORDINÁRIA", "V DE VINGANÇA" E "WATCHMEN" são esdrúxulos demais, e mereceriam atenção especial de cortes, tribunais e discussões teóricas sobre direitos autorais, porque o autor não queria que tais obras fossem adaptadas ao cinema, mas, mesmo assim, elas foram (algumas bem, outras mal), causando revolta no criador das histórias.


Os autores, principalmente aqueles que criam títulos novos e geram conceitos e personagens e motes diferentes daqueles que estamos acostumados, precisam ser protegidos contra este tipo de coisa.

Mas existe um porém no caso SUPERMAN. Lá nos idos de 1938, Shuster e Siegel eram empregados da DETECTIVE COMICS, que viria a se tornar a DC que todos conhecemos, e, sob uma encomenda, criaram SUPERMAN para preencher a revista ACTION COMICS, que estava para ser lançada. Mesmo assim, depois que viu o sucesso da personagem, a editora resolveu COMPRAR OS DIREITOS sobre a mesma. US$ 130,00 foi a quantia pedida pela dupla de criadores e paga pela DETECTIVE COMICS à época.

"Ah, mas 130 dólares é muito pouco pelo que eles lucraram com SUPERMAN", diria qualquer um. E eu respondo: mas eles venderam. Venderam, e venderam bem, porque, hoje, os 130 dólares seriam uma faixa de 3 mil dólares, dadas correções monetárias, como inflação, etc.


Quando você cria uma personagem sob encomenda, para ser "mascote" de uma empresa, aparecer em peças publicitárias, ou mesmo quando um amigo te apresenta um argumento e você cria a personagem principal para ele criar o roteiro em cima, é mais ou menos isso que se cobra pelo serviço.

É como quando você vai comprar uma empresa (ou ações da mesma): se a empresa é pequena, tem pouca visibilidade, não tem filiais, etc. o preço é um. Se a empresa é grande, ou tem bom potencial de crescimento, tem penetração na clientela, tem know-how, lucratividade, o preço é maior.

Quando Shuster e Siegel venderam o SUPERMAN para a DC, a personagem era a empresa pequena, ainda. Quem o fez o que ele é hoje foi um sem número de roteiristas que passou pelo título do herói de lá pra cá.
Claro, e vou mesmo repetir, que a decisão tem dois lados, e o aspecto bom é muito válido, pois traz uma segurança a autores e criadores, que sempre estiveram desprotegidos da grande indústria, com excessão daqueles que preferiram publicar pela IMAGE, que, além de muito lixo, e algumas coisas boas, trouxe este aspecto positivo e essa discussão muito saudável à indústria.


Última observação: a decisão do juiz só vale para o território americano. O que a DC lucra com SUPERMAN ao redor do mundo é só da DC. Outra coisa: a decisão dá os direitos à família Siegel até 2013, e uma lei de 1975 protege os direitos da DC sobre a personagem "apenas" até 2033, quando SUPERMAN se tornará uma personagem de domínio público, ou o parlamento americano criará outra emenda prorrogando tais direitos, mais uma vez.