sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Tentativa ruim, mas válida

Outro dia, estava eu assistindo a minha televisão (o problema de computadores e IPTV é que computadores sempre dão pau, um dia...), quando lembrei que, um dia, minha namorada havia me citado que a RECORD estava passando uma novela, chamada CAMINHOS DO CORAÇÃO, onde o mote era superpoderes, mutantes e genteque queria salvar o mundo. Pois bem: vamos assistí-la.
Qual não foi a minha surpresa quendo vi que nesta novela, um pouco, digamos, desusual para a TV brasileira, estava Paulo Nigro, ator que trabalhou comigo quando fui diretor de arte de um curta de veteranos do meu curso, que precisavam completar a equipe técnica e me chamaram. O curta se chamava 3 CLONES, e falava de um cara, lutador de kung-fu, que, um belo dia, se via clonado três vezes, cada clone com uma faceta de sua personalidade, e ele deveria impedí-los de arruinar a sua vida com exageros. No curta, e depois em vários trabalhos para a TV, senti em Nigro uma pessoa de talento, bom ator, solícito e gente finíssima, que topava fazer de um tudo, apesar de, nisso, se submeter a fazer coisas que, sem devida coreografia, se tornariam ruins.
Pois é: foi este mesmíssimo Paulo Nigro que vi na novela, bom ator, solícito, mas metido a dar voadoras em falso, caindo de bunda no sofá logo depois, movimentos estranhos para uma novela meio que parada. Parecia que Paulo Nigro era maior do que aquilo, estava cheio de amarras, mas que queria tornar aquilo algo melhor, mas frustradamente.
A coisa é ruim.
Digo isso porque os diálogos são ruins. O timing é ruim. Os atores são ruins. Alguém sabe me explicar o que é aquele ex-Paquito tentando fazer o papel de gay mais estereotipado, afetado e ridículo da história da TV brasileira? Não tenho absolutamente nada contra gays, mutio pelo contrário, até defendo que eles têm direito, sim, de serem o que são e serem felizes da maneira que for, e acho, também, que precisamos de personagens gays nas novelas, nos filmes e nos seriados nacionais, pois eles são pessoas comuns e presentes em qualquer cenário da cultura nacional, mas aquielo é ridículo! Cláudio Heinrich (acredito que seja assim que se escreva) deveria ter senso do ridículo e tomar umas aulas com o carinha que faz a novela da GLOBO. Não que a novela da GLOBO seja boa, mas o ator, pelo menos, faz um papel natural, sem estereotipagens exageradas.
Enfim: a novela CAMINHOS DO CORAÇÃO é um desastre.
Acho até válido eles darem uma chance para um mote tão explorado em enlatados importados, mas vamos fazer isso com mais talento, não é? Do jeito que está a coisa, era melhor que nem fosse feita...
Reprovada: é melhor assistir BIG BROTHER, que, ao menos, dá o que fofocar no dia seguinte.

Um comentário:

Prof. Dr. Jonas Crisântemo disse...

Prezado Sr. Salles,

Vim aqui para dizer-lhe que sua crítica não possui embasamento teórico algum. Escrevi algumas linhas sobre Munstenberg e pensei em colocá-las aqui como sugestão, mas percebi que a culpa de sua crítica ser ruim não era totalmente sua. Na verdade foi um pequeno lapso meu. Demorei a perceber que seu blog se chama "Pra todo mundo ler". Algo feito pra todo mundo ler não poderá nunca ultrapassar a tangente da mediocridade. Objetivo cumprido, belezinha?