terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Saudades

Às vezes, tenho saudades da minha adolescência. Não tinha responsabilidades, só precisava ir pra escola, estudar inglês, assistir Arquivo X, Cavaleiros do Zodíaco, dar uns rolêzinhos no shopping, pegar umas matinês e, principal de tudo, nos fins-de-semana, jogar aquele RPG com a rapaziada.

A gente já sabia que todo sábado e domingo a gente ia se reunir na casa do Thiago (às vezes, a gente ia na Gibiteca, mas, via de regra, era no Thiago), abrir a mochila, sacar as planílhas, os dados, as lapiseiras, os livros, aprontar a mesa com muita pizza, salgadinhos, baguetes recheadas, Coca-Cola de sobra e mergulhar no mundo da fantasia e diversão, nos mais variados estilos e sistemas, sempre experimentando, testando, inventando... enfim... se divertindo!

Lembrei disso porque já é quase carnaval, e isso me lembra nossas viagens a Pedro de Toledo. Fábio, Felipe, Thiago, André, Víctor, Paulo, os Daniéis, Luciano... Ás vezes vinham outros, às vezes, vinha até o Thércio, irmão do Thiago, que era pequeno pra caramba, pivetinho (hoje, ele tá maior do que eu), todos pro sítio do pai do Thiago, na primeira vez, até, de trem (pena que foi desativado), sempre uma viagem muito divertida, porque a galera era do cacete!

Cara, já faz quase dez anos da última vez que eu fui... Infelizmente, desde que eu comecei a trabalhar, e eu comecei cedo, no McDonald's, com 15 anos, foi ficando cada vez mais difícil de me encontrar com eles, já que nunca tinha folga de fins-de-semana. Depois, veio a faculdade, fui lá pra São Carlos, já estava be distante destes amigos, é verdade, o mund anda, e eles não iam ficar me esperando voltar, nem eu a eles, mas a verdade é que morar em outra cidade, pra amigos que já não se viam a algum tempo, é o melhor pretexto pra encerrar os esforços de ver-nos novamente.

Agora, estou em São Paulo, a "Paulicéia Desvairada", "Selva de Pedra", e est´difícil de arrumar tempo de ver os amigos. Até os mais recentes, que fiz na faculdade e que moram aqui, são difíceis de ver.

Mas a realidade é que eu poderia contar nos dedos de uma mão as pessoas que posso chamar de "amigo" com a intensidade e a certeza com que eu chamava estes que citei acima, da época da adolescência, com todas as qualidades, defeitos, risadas, brigas, discussões e tudo o que uma boa amizade traz pra gente, claro, sem desmerecer os outros amigos, mas a verdade tem que ser dita: há amizades que, não importa a distância e o tempo, ficam. E há as que ficam com o tempo.

Saudades.
ATUALIZAÇÃO: Só pra situar as pessoas, eu nasci, cresci e ainda passo todos os eus fins-de-semana em Santos.

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