segunda-feira, 24 de março de 2008

Três é bom demais!

Este fim-de-semana foi algo que eu poderia chamar de um fim-de-semana produtivo. Não contente por estar longe da civilização e não podendo me inteirar das coisas que acontecem hoje, me aproveitei da boa vontade de Aline, amiga de minha namorada, que alugou nada menos que quatro DVD's para o feriadão, e assisti três dos mesmos, deles, nenhum eu havia assistido.


LITTLE MISS SUNSHINE (Pequena Miss Sunshine) - É um filme que eu estava curiosíssimo para assistir. Todo mundo me falava deste filme, e eu não fazia a menor noção do que se tratava. Na real, quando estava no cinema, não quis ver o filme, por me parecer extremamente bobinho (preconceitos...), mas, depois que ouvi a opinião abalizada de alguns amigos, fiquei curioso, mas, como tenho uma extrema preguiça de passar na locadora, acabei ficando sem assistir.

Olha: é daqueles filmes que te prendem do começo até o fim. A família protagonista do filme é de um carisma sensacional: o supergênio/gay/suicida, a menininha feia e barriguda, que sonha em ser miss, o adolescente revoltado que fez voto de silêncio para entrar na escola de pilotos da Aeronáutica, o avô pervertido, o pai, que esconde seus fracassos por trás de uma "teoria do vencedor" e a mãe, que tenta administrar tudo isso, sem muito sucesso, para o bem da verdade.

Achou ruim? É que você não assistiu ao filme, ainda. Ao levar a pobre garotinha para o concurso de Miss Sunshine, a família vai passando por poucas e boas (só se for pra você, mané, que fica rindo do filme, porque, pra família, é uma desgraça atrás da outra), que vão mostrando que "ir levando", apesar de tudo, não é um talento só brasileiro.

Aliás, é disso que o filme tem cara: roadie movie brasileiro, dirigido por um Walter Salles sarcástico e cheio de humor negro.

Destaque para a dancinha no final, que, se eu tivesse visto no cinema, teria me obrigado a sair da sala, passar no guichê e pagar a entrada de novo, porque é um show à parte.

Sensacional!

MEMOIRS OF A GEISHA (Memórias de uma Geisha) - Sinceramente, eu esperava muito mais deste filme. Não que ele seja ruim, longe disso, vale muito a pena assistir, principalmente pela direção de arte, que traz um japão da segunda guerra mundial muito bem pontuado e muito condizente com a realidade.

A narrativa é um pouco confusa. Não que não dê para entender a história, nada disso, a história é até bem simples: conta a saga de uma garotinha filha de pais muito pobres, que a vende para uma "cafetina" (e as aspas não poderiam estar melhor empregadas, mas eu peço perdão ao leitor, pois não sei o real termo que deveria ser usado no momento) e, apesar de muitos percalços, a garota acaba se tornando a mais cara Geisha de sua cidade até o então momento histórico.

Chega até a ser emocionante, a história, mas o roteiro é cheio de pontas soltas e chega a ser até desapontante, principalmente pelos meios que ele usa para tentar amarrar essas pontas, sem muito sucesso.

Destaque para a atuação da protagonista, que nem japonesa é, mas já havia se mostrado uma boa atriz em "O TIGRE E O DRAGÃO".

MUSIC AND LYRICS (Letra e Música) - Taí a surpresa do feriado. O famoso "água com açúcar" que funciona, porque tem aquele roteirinho inteligente e cheio de referências, que faz qualquer um dar risada a torto e direito.

Hugh Grant faz um ex-integrante de boyband dos anos 80 (estilo A-HA) decadente, que precisa, desesperadamente, compor letra e música do novo "hit" da mais badalada cantora pop da atualidade, pra ver se salva sua carreira. Só que ele não é bom letrista; e é aí que surge Drew Barrimore, uma "babá de plantas" (na verdade, uma escritora fracassada), que acaba trombando com ele e compondo a música.

O filme todo é uma crítica ao mercado de música, que não dá real valor às pessoas de talento, desdenha de quem um dia já fez muito sucesso e dá demasiado valor a pessoas que não têm a menor profundidade, mas se escondem por trás de máscaras de elementos intelectualizáveis.

Boa pedida, mesmo!

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