terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Calvário da Rainha

Que inferno que é a televisão brasileira.

Em tempos de implantação da HDTV, está cada vez mais difícil se sentar no sofá (no meu caso, colchão, que fica no chão, pois ainda não há uma cama na minha casa nova), pegar em mãos um controle-remoto e assistir a um prazeroso programa de TV, daqueles que, diária ou semanalmente, você não perde, pois, se perder, vai sentir um vazio imenso no coração (nossa, que exagero!).

Venho constatando isso há algum tempo, mas resolvi pensar nisso ontem, quando, ao acabar o circuito de jornais (uma das pouquíssims coisas que se salvam no horário nobre), que perdi quase inteiro, graças a uma falta de luz (única coisa que pode levar um cidadão urbano à loucura) na minha casa, fiquei, aproximadamente, quinze minutos zapeando entre canais, para ver o que assistir e, fora a frase de Selton Melo, não achei nada, e resolvi ir para o meu computador.

Não é segredo para ninguém que sou defensor da WebTV, afinal, aquela caixa preta, que emite luz e reúne toda a família, sentada em poltronas, quieta, em sua volta, para mim, está mais do que ultrapassada. Mas ainda existe alguma atração pelo conteúdo mastigado e não-interativo dos telejornais, além de alguns programas que causam alguma reflexão, mas estes são raridades.

De resto, tudo que é bom está disponível em DVD ou em podcasting: procure e verá.

Certo que, ontem, eu estava no horário errado, frente à TV, afinal, mais tarde, se eu tivesse um pouco de paciência, teria o ROCK E GOL DE SEGUNDA que, para um ávido fã de futebol e humor non-sense como eu, é um prato cheio. Seguindo às excessões, a MTV tem um programa muito interessante, o MTV DEBATE, que é daqueles que te lava a pensar alguma coisa, apesar de, às vees, a desordem do programa coincidir demais com o turbilhão que está na sua cabeça, tentando organizar as informações. Tem o RODA VIVA, da CULTURA, que tem, também, o VITRINE, mas a TV Estatal já foi melhor. A GLOBO traz aquelas mini-séries de sexta-feira, muito interessantes, e a GRANDE FAMÍLIA, engraçada, mas o CASSETA E PLANETA não é mais o mesmo, e os núcleos de dramaturgia estão perdendo o rumo, caindo, cada vez mais, no dramalhão e nas fórmulas pré-estabelecidas, todas as novelas são iguais, sempre três gêneros fixos por horário, o que é um calvário pra quem tenta acompanhar. A RECORD, além de tentar ser um clone da "líder", vem embutida com propaganda religiosa descarada nos programas supostamente jornalísticos, o que, literalmente, me tira do sério. Ah, tem o PÂNICO, de Domingo. E o resto é resto. Nem o SBT se salva mais do "resto". Sua programação é pouco criativa, e os domingos "do patrão" são os mesmos desde que a minha mãe nasceu. É pouco.

Uma Televisão que já foi chamada de "a melhor Televisão do mundo" está ficando pobre, popularesca, monótona e repetitiva, levando cada vez mais usuários a optarem pela grande e interativa rede, que pode até ter um conteúdo duvidoso, mas nunca vai ser monótona.

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